RESUMO DO II e III CAPÍTULO DO LIVRO - ALFABETIZAÇÃO:
MÉTODO SOCIOLINGUÍSTICO: CONSCIÊNCIA SOCIAL, SILÁBICA E ALFABÉTICA EM PAULO
FREIRE.
O
livro Alfabetização: método sociolinguístico: consciência social, silábica e
alfabética em Paulo Freire, está dividida em quatro capítulos, o primeiro
capítulo fala dos métodos de alfabetização, subdividido em três partes: breve
histórico dos métodos de alfabetização; o método das cartilhas e o método Paulo
Freire de alfabetização, no segundo capítulo sobre o construtivismo no Brasil:
contribuição, equívocos e consequências para a alfabetização, subdividido em
três partes: a contribuição da psicogênese da língua escrita para a
alfabetização; equívocos da interpretação da psicogênese da língua escrita e
consequências dos equívocos da interpretação da psicogênese da língua escrita,
no terceiro capítulo falam do método sociolinguístico de alfabetização:
consciência social, silábica e alfabética, subdividido em quatro partes:
concepção sociolinguística do método Paulo Freire de alfabetização; escolha das
palavras geradoras; fundamentos sociolinguísticos do método Paulo Freire, nos
passos da “codificação” e da “descodificação” da palavra geradora e fundamentos
linguísticos do método Paulo Freire: evolução da escrita, fonética e fonologia,
sistema gráfico e ortográfico e aspectos linguísticos da psicogênese da língua
escrita, no passo da análise e síntese da palavra geradora, e por fim o quarto
capítulo fala como implementar o método sociolinguístico de alfabetização:
consciência social, silábica e alfabética, subdividido em cinco partes:
sugestões preliminares para a prática da alfabetização; orientação para
implementar o método sociolinguístico de alfabetização através da palavra
geradora; roteiro para desenvolver a palavra geradora: com passos (1º, 2º, 3º,
4º) do método Paulo Freire associados a atividades didáticas dos níveis
pré-silábico (I), silábico (II) e alfabético (III) decorrentes da psicogênese
da língua escrita, mais a conclusão. No
livro os autores buscam contribuir com ideias e
propostas para melhorar a qualidade da alfabetização da escola pública.
Trazendo como proposta práticas, ideias e soluções capazes de resolver o grave
problema que é o fracasso da alfabetização de crianças da escola pública, as
quais, ao chegarem ao 5ª ano, do Ensino Fundamental e ainda permanecem
analfabetas.
Neste trabalho iremos fazer uma síntese do segundo e
terceiro capítulo do livro, deste modo o primeiro fala do construtivismo no
Brasil, os autores destacam a importância de uma pesquisa feita por Ferreiro e
Teberosky, sobre a psicogênese da língua escrita, partindo do ponto que o
conhecimento se baseia na atividade do sujeito em interação com o objeto de conhecimento,
a criança antes de chegar a escola tem ideais e faz hipóteses sobre o código
escrito, descrevendo nos estágios linguísticos que percorre até a aquisição da
leitura e da escrita, essa foi a teoria formulada e comprovada por Ferreiro e
Teberosky, para elas se há saberes sobre a língua escrita que as crianças já
dominam antes mesmo de entrar na escola, os analfabetos adultos também deveriam
apresentar suas ideias e hipóteses sobre a escrita, a nossa ignorância sobre a
escrita dos adultos analfabetos não nos leva a vê-los como tábua rasa de
vivências sobre a leitura e a escrita, o analfabeto adulto diferente das
crianças já superou o nível pré-silábico, assim a pesquisadora Ferreiro
observou que enquanto é muito fácil conseguir de uma criança pré-alfabetizada
produções escritas, no adulto analfabeto a “consciência de não saber” é muito
forte e ele se sente incapaz de tentar escrever. Os autores, ainda trazem sobre
a pesquisa de Ferreiro e Teberosky (1986), aspectos que descrevem o aprendiz
formulando hipóteses a respeito do código nos níveis pré-silábico, silábico,
silábico-alfabético, alfabético, em uma linha regular organizada em três
grandes períodos: 1º) o da distinção ente o modo de representação icônico ou
não icônicos; 2º) o da construção de formas de diferenciação sobre o eixo
qualitativo e o eixo quantitativo que configuram a fase pré-linguística ou
pré-silábica; 3º)o da fonetização da escrita, iniciado pelo período silábico e
terminado no alfabético. Ainda em Ferreiro e Teberosky, a psicogênese da
escrita descreve como o aprendiz se apropria dos conceitos e das habilidades de
ler e escrever, mostrando a aquisição desses atos linguísticos, ou seja, o
aluno na fase pré-silábica até alfabetizar-se, ignora que a palavra escrita
representa a palavra falada, e desconhece como essa representação se processa. Ainda
na teoria da psicogênese, no nível pré-silábico o aprendiz pensa que pode
escrever com desenhos, rabiscos, letras ou outros sinais gráficos pensando está
correto. Com o avanço percebe que a palavra escrita representa não a coisa, mas
o nome da coisa, e que as letras são diferentes dos desenhos, mas ainda sem
perceber a correspondência sonora, e quando perguntado sobre quantas vezes
abrimos ab boca para pronunciar determinada palavra é que começará antecipar a
quantidade de letras que deverá registrar para escrever, assim o aluno avança
para o próximo nível de escrita o silábico. Na passagem para esse nível o
aprendiz descobre que a palavra escrita representa a palavra falada, acredita
que basta grafar uma para se poder pronunciar uma sílaba oral, mas só entrará
no nível silábico com correspondência sonora, ex: MENINO grafar MIO (M=me,
I=ni, O=no), e assim segue. As crianças passam por todas as fases da
alfabetização, diferente dos adultos que vão direto para fase alfabética, neste
nível alfabético, o aprendiz analisa na palavra suas vogais e consoantes, pois
acredita que as palavras escritas devem representar as palavras faladas, com
correspondência de letras e sons. Dessa forma terá muitos conflitos por está
alfabetizados e não compreender a diferença entre a escrita ortográfica e a
escrita de acordo com a fala. Os autores também trazem os equívocos na
interpretação da psicogênese da língua escrita, sobre o construtivismo por
Ferreiro e Teberosky, e dizem que há vinte anos foi introduzido no Brasil, para
contribuir na melhoria da qualidade da alfabetização, adotado pelos sistemas
públicos de ensino, e vem abalando as crenças e os fundamentos da alfabetização
tradicional, mudando a linha de ensino das escolas e levando os professores a
conflito metodológico, em depoimento decentes apontam a mais séria dificuldade
para essa implantação, a necessidade do abandono das técnicas silábicas de
análise e síntese tradicionais, em favor da nova conduta, a didática do nível
pré-silábico. Mas também existem professores que se diz construtivista e
trabalha com silabação e memorização. Nesta pesquisa que tem implicações
pedagógicas, as autoras citam a obra de Grossi (1985), sobre as atividades
didáticas sistematizadas do nível pré-silábico que: “se caracteriza pela criação de um ambiente rico em materiais e atos de
leitura e escrita” (...), ou seja, quanto mais materiais a criança tem a
sua disposição, mais aumenta o seu desejo pelo aprendizado. Os autores também falam
das consequências causadas pelos equívocos da interpretação da psicogênese da
língua escrita, no final da década de 80 Secretarias de Educação, motivadas
pelo constatado fracasso escolar elaboram Propostas Pedagógicas e de
treinamento de Supervisores de Ensino, para capacitação de alfabetizadores da
Rede de Ensino. Os organizadores de tais propostas tentaram à luz da teoria de
Ferreiro e Teberosky, criar um método revolucionário, inovador de
alfabetização, muito deferente do método das cartilhas utilizado durante
décadas em nosso país, mas, segundos os autores as duas formas de aprendizagem
não são métodos, mas sim orientações, e para tanto, foram divulgadas junto as
revelações de Ferreiro e Teberosky concepções de outros autores, as quais
causaram muitos equívocos na interpretação da psicogênese da língua escrita
como: - Definição da alfabetização – Alfabetização ou Letramento, que é a
confusão que se deu em definir alfabetização e letramento, é de suma
importância, pois são dois processos distintos e da sua compreensão dependerão
dos resultados da alfabetização em sala de aula, que segundo Soares (2003) é
um, conjunto de técnicas – procedimentos,
habilidades – necessárias para a prática da leitura e da escrita (...), ou
seja, alfabetização é o domínio do código e da técnica da escrita, e letramento
é a capacidade e ler e interpretar diferentes gêneros textuais, por isso os
dois devem andar juntos. Nesta alfabetização quando o aluno lê, realiza a
decodificação de sinais gráficos, transformando grafemas em fonemas; quando ele
escreve, codifica, transformando fonemas em grafemas, já o letramento é uso de
competências de leitura e de escrita por um indivíduo que já domina o código. Para
os autores, o grande equivoca da alfabetização no Brasil, resulta da concepção
equivocada e da má interpretação da pesquisa de Ferreiro e Teberosky, a
psicogênese da língua escrita, pois as atividades didáticas incentivadas pelos
interpretes do construtivismo, são estratégias de letramento e não de
alfabetização, ou seja, são atividades para o aluno “fingir que lê”. Para os
autores trabalha-se o que é alfabetização, quando se ensina as relações entre
fonemas e grafemas, mostrando quais e quantas letras são necessárias para se
escrever as palavras, quando se apresenta a composição das sílabas, a definição
de “alfabetização” e “letramento” é muito importante não só como fim, mas como
meio, e também são processos distintos, que devem estar juntos a fim de
assegurar uma aprendizagem de qualidade, o processo de alfabetização por ser específico
e convencional, merece esforço e dedicação especial, sem ficar diluída e
inconclusa no processo de letramento como vem sendo feito, com péssimos resultados
de leitura e interpretação. Os autores também trazem como equívocos os suportes
de textos, nas propostas “construtivistas” elaboradas e implantadas para
trabalhar com a realidade e interesses dos educandos como: receitas de
culinárias, panfletos e etc. Outro equívoco foi dizer que “os alunos
aprenderiam a escrever só de ver o professor escrevendo na lousa”, ou o
professor deveria contar histórias, e depois pedir aos alunos que recontassem
assumindo o papel de “escriba” da sala, reescrevendo o texto na lousa sob a
justificativa de que só de ver o professor à lousa aprenderiam. Para tanto os
autores trazem relatos de profissionais que desenvolveram tais propostas e se
frustraram por não ver os alunos avançaram na aprendizagem da leitura e da
escrita, estava evidente o fracasso desta didática, pois a especificidade da
alfabetização não era trabalhada. Outro equívoco citado pelos autores era o
fato de dizer que não precisavam ensinar, as crianças aprendiam sozinhas, o
professor não precisava desenvolver um trabalho sistemático de alfabetização,
pois deveria exercer a função de “mediador” do conhecimento, era preciso deixar
os alunos demonstrar interesse. Para os autores alfabetizar exige trabalho
sistemático com objetivos determinados, com carga horária diária, concentração,
esforço, persistência e determinação, portanto, o método estava totalmente incompatível,
pois se uma criança chega a escola e fica a vontade para fazer o que quer ela
não vai pedir para que o professor a ensine. Após a divulgação da pesquisa de
Ferreiro e Teberosky, a cartilha foi considerada vilã, responsável pelo
fracasso de 50% dos alfabetizando e, pela evasão escolar, deixando os
professores sem saber o que fazer e nem como agir diante de tanta mudança. Outro
equívoco citado pelos autores foi o de “pedir ao aluno que escreva do seu
jeito”, da forma como sabiam, para que não fossem reprimidos como cartilha fazia, ao permitir que escrevessem
usando apenas elementos dominados, isso era para incentivar o aluno escrever
sem medo, mas, para o professor o problema era ver o aluno tentar escrever sem
a mínima noção de escrita, pois existe uma distância entre o trabalho de nível
pré-silábico para o nível alfabético “escrita”. O último equívoco citado pelos
autores é “como a teoria construtivista afirma que é o sujeito que constrói seu
conhecimento, o professor não pode intervir”, há um equívoco nesta concepção,
pois se o professor não pode intervir com atividades que ajudem o aluno a
avançar, alegando que, se a criança é o sujeito do conhecimento, é preciso
deixar que avance sozinho, assim, este equívoco seja o maior responsável pelo
atual fracasso na aprendizagem da leitura e da escrita. Se o aluno está no
nível pré-silábico há necessidade de que seja estimulado a perceber que
escrevemos com letras e, na sequência que seja levado a aprender com quais
letras se escreve, mas se o aluno estiver no nível silábico, grafando uma letra
para cada sílaba, deverá ser estimulado a perceber se a grafia utilizada
corresponde à representação do som desejado. O construtivismo teve seu mérito
quando destronou a cartilha e apresentou uma teoria sobre a aquisição da
escrita. Segundo Soares (2003), se na época da cartilha havia método sem teoria
sobre alfabetização, hoje há uma bela teoria, mas não tem método. Para tanto,
os autores fala como o construtivismo foi positivo, principalmente por
destronar a cartilha, apresentou teoria sobre a aquisição da escrita, mostrou
os equívocos da concepção da psicogênese e a crítica sobre a
descontextualização, e por fim fala do método Paulo Freire, que garante a
contextualização mostrando-se coerente e eficaz fazendo uma leitura de
mundo. No terceiro capítulo os autores falam da
concepção do Método Sociolinguístico de Alfabetização Paulo Freire, na
esperança de contribuir para inclusão social de milhões de analfabetos
brasileiros, no domínio da leitura e da escrita para a conscientização de seus
direitos de cidadão, assim foi elaborada uma filosofia de educação mais que um
método. A exposição dos fundamentos sociolinguístico de método Paulo Freire,
apresenta primeiro suas respectivas definições, em ordem e esquema, depois esse
esquema será complementado com as atividades didáticas dos níveis pré-silábico,
silábico e alfabético e, serão expostos os fundamentos sociolinguístico. Antes
da definição dos passos conceitua a “palavra geradora” que é designação do método,
pois é extraída do universo vocabular dos aprendizes, e através da composição
das sílabas e pela sua combinação, são geradas outras palavras.
Segundo
os autores o Método Paulo Freire, mesmo tendo passos a serem desenvolvidos, não
impede o aprendiz de refletir livremente sobre o objeto de conhecimento, a
escrita; ao contrario, propicia-lhe a reflexão e a crítica de sua realidade,
por meio da leitura de mundo, da sociedade e seu momento com contextualização,
diferente dos demais métodos. O método Paulo Freire tem seus passos e suas
definições que são:
-
A codificação, é a representação de um aspecto da realidade expresso pela
palavra geradora, por meio de oralidade, desenho, dramatização, mímica música e
de outros códigos que o alfabetizando já domina, permitindo conhecer alguns
momentos de seu contexto concreto, ou seja, o que os alunos pensam sobre o tema
de forma oral, e a partir daí ver o que eles sabem sobre o tema. Já a decodificação, é a releitura da realidade
expressa na palavra geradora para superar as formas ingênuas de compreender o
mundo, através da discussão crítica e do subsídio do conhecimento universal
acumulado, extraindo os elementos existentes da palavra geradora, transformando
o aluno num ser crítico para que avence em sua aprendizagem.
-
Na análise e síntese, da palavra geradora tem como objetivo levar o aprendiz à descoberta de que a palavra
escrita representa a palavra falada, através da divisão da palavra em sílabas e
apresentação de suas famílias silábicas na ficha de descoberta e, a seguir,
junção das sílabas para formar novas palavras, isso para o alfabetizando que
está lendo. Já a fixação da leitura e da escrita, faz a revisão da análise das
sílabas da palavra e apresentação de suas famílias silábicas para, através da
ficha de descoberta, formar novas palavras com significado e para composição de
frases e textos, com leitura e escrita significativas. Os passos da
alfabetização que caminham da palavra escrita, apresentada abaixo, suas partes
as sílabas, num processo analítico-silábico, ex: ESCOLA, ES-CO-LA, precisa ser
procedidos da “codificação” e da “decodificação”, como propõe Paulo Freire, de
que a leitura do mundo precede a leitura da palavra. E nas atividades didáticas
propostas, antes da análise e síntese da palavra geradora, será indispensável
ler o mundo como o alfabetizando já conhece, começando exercitar pelo código,
desenho, dramatização, despertando a sua capacidade de identificar os problemas
da realidade, para assim desenvolver sua aprendizagem. Os autores também falam
dos fundamentos sociológicos do método Paulo freire, nos passos da
“codificação” e da “decodificação” da palavra geradora, que são os dois
primeiro passos, garantindo que a aquisição da leitura e da escrita seja
significativa partindo da palavra geradora, através do diálogo e dos códigos
que o alfabetizando já domina, e esses dois passos representam a fase
necessária de exploração das potencialidades mentais do alfabetizando, por meio
das linguagens que devem preceder a técnica de ler e escrever, e que
instrumentalizam a criança para o desempenho social, podendo reivindicar,
discutir, tomar a palavra, expor e superar as formas contemplativas de
compreender o mundo. Para os autores no método Paulo Freire a “codificação” é o
momento privilegiado em que é dado ao aprendiz o direito à vez e à voz. Na
“descodificação” o professor poderá introduzir um texto que pode ser
científico, ou a letra de uma música, de uma poesia ou outro suporte de sua
preferência, através do qual será feita a releitura de mundo, o professore irá
orientar a discussão com questionamentos que induzam os alunos à reflexão sobre
o tema em debate, diferente da “codificação”. Segundo os autores os materiais
didáticos de alfabetização se iniciam pela letra, sílaba, palavra, sentença ou
por um texto. Essa metodologia torna-se mecânica, se não for inserida na
situação e na intencionalidade discursiva do alfabetizando, as primeiras
técnicas de escrita precisam estar associadas a uma autêntica oralidade, a
escrita não será mera transcrição da fala, porque estará investida de
significação. Na análise e a síntese das sílabas da palavra geradora depois de
retirá-la do contexto onde é produzida, com seu significado em uso real da
linguagem, o aprendiz tomaria
consciência da existência da sílaba, estabeleceria a correspondência entre a
fala e escrita, em vez de memorizar, compreenderia sistema de escrita
alfabética e compor novas palavras por meio da descoberta. Os autores falam
também dos fundamentos linguísticos como o terceiro passo do método Paulo Freire
que traz a evolução da escrita, e a linguística contribui para a formação do
alfabetizador com fundamentos na compreensão do processo de aprendizagem e
ensino da leitura e escrita. Os autores ainda resumem as fases pelas quais a
escrita passou até chegar ao que se encontra hoje: em pictográfica,
ideográfica, silábica e alfabética. Segundo os autores, para facilitar as
habilidades de ler e escrever, é essencial que o alfabetizador conheça as
características sociolingüísticas, fonéticas e fonológicas desses atos
lingüísticos, pois a linguagem humana sofre mudanças de ordem externa, quando
varia no espaço, no tempo, nas camadas sociais e de indivíduo para indivíduo, e
mudanças internas que são relações entre letras e sons, e sons e letras, em
nível de escrita e na fala, o conhecimento das variações internas pelo alfabetizador
é fundamental para resolver o problema como ajudar as crianças nestas
variações. Para os autores, quando o aprendiz supera o nível silábico atinge o
alfabético, vendo nas palavras as sílabas e os fonemas combinados,
desequilibra-se ao perceber que essa relação biunívoca letra/som, som/letra,
onde a letra representa o som, não ocorre sempre por ter relação complexa, e
entenderá que se fala de um jeito e escreve-se de outro, com base não na
transcrição fonética, mas na tradicional ortográfica. Os autores avalia que o
Método Paulo Freire atende a todos os aspectos necessários para a
alfabetização, onde o aspecto da fala o contempla e em nenhum outro método de
ensino se constata o incentivo e o respeito á vez e à voz do aluno, como na
“codificação”, pois imposta ouvir o aprendiz, conhecer sua visão de mundo,
valorizando conhecimentos e experiências que traz à escola por meio da fala, já
o aspecto da escrita, lugar privilegiado para que o aluno produza textos
espontâneos, com liberdade para fazer uso pleno da escrita e não utilizando
somente sílabas já dominadas, podendo assim expressar seus conhecimentos sem
limitação ortográfica. No aspecto da escrita Freire orienta o trabalho com
textos reais, os quais são veiculados socialmente, e não produzidos para cartilhas,
ainda desenvolve a mais abrangente forma de leitura, a “leitura crítica do
mundo”, na “descodificação”. Assim os autores mostram a eficiência do método
desenvolvido por Freire, o qual é muito utilizado hoje em escolas públicas. Para
concluir, os autores destacam que a alfabetização em nosso país, passou por
três períodos distintos, primeiro verificam séculos de domínio do método das
cartilhas, material utilizado sem embasamento teórico/científico, de facilitar
a aprendizagem da leitura e da escrita, material repleto de falhas que
acarretam graves sequelas aos alunos e, que, portanto não é um bom instrumento
utilizado. O segundo período iniciou em 1986, com a divulgação da teoria da
Psicogênese da língua escrita, de Ferreiro e Teberosky, caracterizado pelo
equívoco de excluir a oralidade, no processo de alfabetização, questionando a
associação dos sinais gráficos da escrita aos sons da fala para aprender a ler.
Nestas duas décadas, a teoria construtivista contribuiu para descrição dos
processos de construção do conhecimento pelos quais a criança passam nesse
último item os autores repetem condições dos itens anterior, com um diferencial
que é a condição real da vida do trabalhador que precisa estudar e ser
alfabetizado, e demonstra isso em canções e poesias quando fala dos analfabetos
políticos, pois boa parte do fracasso da educação se dar porque existem esses
analfabetos, que por não terem conhecimento acham que não deve se envolver nem
participar, desse lado político da história da humanidade, e também existem os
políticos que preferem que esses analfabetos continuem assim, pois se os mesmos
mudarem obtendo conhecimento vão começar a cobrar mudanças, se os indivíduos
adquire conhecimento se tornaram críticos com uma visão de mundo diferente.
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